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Ministro da Cultura Juca Ferreira encerra o I Encontro da Rede de Produtores de Fotografia no Brasil

Posted in Eventos - Brasília, Eventos nacionais, Notícias on 01/06/2010 by afotobrasilia
Aconteceu em Brasília, nos dias 28 a 30 de maio, o primeiro encontro da Rede de Produtores Culturais de Fotografia do Brasil. Estiveram presentes representadas 149  inciciativas e projetos, vindas de vários  estados brasileiros.
O I Encontro da RPCFB teve como finalidade o debate de diversas questões que envolvem a produção cultural da fotografia brasileira, destacando-se a fotografia sob o impacto das novas mídias, fotografia e inclusão sócio-cultural, fotografia e memória. A RPCFB vai propor ações de cooperação na formulação de políticas públicas capazes de difundir e consolidar a produção fotográfica no país. A pesquisa e o mapeamento da fotografia brasileira também fazem parte das principais pautas da agenda da rede.
Representando Brasília, participando das discuções e da elaboração do texto final, estavam presentes a AFOTO, A Casa da Luz Vermelha, Candango Fotoclube, Fotoclube F508, Lente Cultural, Photo-Agência, Universidde de Brasília  e Universidade Católica.
Abrindo o evento Angela Magalhães contou um pouco da história da INFOTO, da Funarte, e das semanas de fotografia realizadas na década de 80.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o secretário executivo do MinC, Alfredo Manevy, encerraram o evento no dia 30 de maio.

O ministro Juca Ferreira reforçou a necessidade de reforma do modelo de fomento, para atender fotógrafos de todas as regiões do país. “É preciso que a fotografia esteja na sala de aula, nos museus, nos espaços públicos, nos encontros de cultura brasileira no exterior”, enfatizou.
O secretário executivo Alfredo Manevy afirmou que, ainda este ano, o Ministério da Cultura deve lançar fundos setoriais para aumentar o investimento público direto nas artes e que o fundo das artes visuais vai injetar orçamento direto na produção fotográfica.

A formação da Rede de Produtores Culturais de Fotografia é o marco de uma nova fase da fotografia brasileira, fortalecendo o seguimento, promovendo a troca de informações e de produções. Uma rede que junta as pontas do país.  (fotos: Sérgio Almeida)


Angela Magalhães fala das semanas de fotografia do INFOTO-FUNARTE

Ricardo Resende, FUNARTE, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o secretário executivo do MinC, Alfredo Manevy, encerraram o evento com promessas de mais recursos para a fotografia

Estiveram no encontro representantes de mais de 120 iniciativas do setor de fotografia do Brasil

Carta de Brasília

Posted in Eventos - Brasília, Eventos nacionais, Geral, Notícias on 18/05/2010 by afotobrasilia

Os representantes de Brasília, inscritos na Rede de Produtores Culturais de Fotografia do Brasil, (Rinaldo Morelli-AFOTO, Humberto Lemos e Janaina Miranda-Fotoclube f/508, Kazuo Okubo e Bruna Neiva-A Casa da Luz Vermelha, Roberto Castelo-Lente Cultural, Gisele Porcaro-Candango Fotoclube, José Rosa-FotoLata, Eraldo Peres-PhotoAgência) organizaram no último dia 4 de maio uma reunião, que aconteceu na Universidade de Brasília, fruto de uma ampla convocação entre todos os seguimentos da fotografia na cidade.

Tendo como intenção discutir e debater sugestões a serem levadas para o encontro da Rede em Brasília, e tendo como diretriz os temas já propostos para os grupos de trabalho.

O grupo com  rica diversidade de experiências e pontos de vistas, formado por professores de fotografia, fotógrafos profissionais, publicitários, amadores, produtores culturais e outras pessoas envolvidas com a  criação, promoção e divulgação de projetos visuais  de Brasília elaborou um documento que espelha as ansiedades e as expectativas da fotografia brasiliense, frente a este importante e histórico movimento que está se formando em nível nacional com a organização e formação da Rede de Produtores de Fotografia do Brasil.

O documento que aqui chamamos Carta de Brasília está sendo encaminhado à coordenação da Rede e para os coordenadores dos grupos de trabalho, com o intuito de já munir e subsidiar as discussões de temas e diretrizes que constarão no documento final a ser construído após os debates no Encontro da Rede em Brasília no final de maio de 2010.

Veja aqui a Carta de Brasília

Medo de Internet

Posted in Notícias, Para Refletir on 30/04/2010 by afotobrasilia
Estas fotos são parte de uma campanha publicitária realizada pela agência Ogilvy & Mather ( Frankfurt, Alemanha) para a International Society for Human Rights. Ganhou a medalha de bronze nos Prêmios Clio 2009 em Nova York.
Por: Rinaldo Morelli
fonte:
http://www.ishr.org
http://www.clioawards.com/
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UFSC realiza Festival de Fotografia e Fórum de Fotojornalismo

Posted in Eventos nacionais, Notícias on 26/02/2010 by afotobrasilia

A Universidade Federal de Santa Catarina realizará, entre os dias 17 e 21/05, o Festival de Fotografia – Floripa na Foto e o Fórum Sul de Fotojornalismo. O encontro pretende reunir grandes nomes da fotografia brasileira em palestras, oficinas, workshops, exposições e leituras de portfólio.

Como parte do evento, na manhã do dia 20/05, acontece o Fórum Sul de Fotojornalismo – Ensino, Pesquisa e Extensão em Fotografia Jornalística nas Universidades do Sul do Brasil, que reunirá professores, estudantes e pesquisadores de fotografia jornalística.

As inscrições para participar do encontro vão de 25/02 a 05/04. Para apresentar trabalhos no Fórum, os interessados devem enviar o trabalho pronto para o e-mail:  fo…@floripanafoto.com , de acordo com as regras disponíveis no site do evento. O resultado das inscrições será publicado dia 30/04.

Jean Luc Monterosso

Posted in Notícias, Para Refletir on 09/02/2010 by afotobrasilia

Conversa com Jean Luc Monterosso, criador do Móis de La Photo, em Paris e um dos responsáveis pela elevação da fotografia ao estatus de arte.

Joel Peter Witkin

Por Cynthia Garcia

O senhor já veio ao Brasil algumas vezes, numa dessas comentou que há uma autarquia de profissionais brasileiros na fotografia. Por quê?

O Brasil, praticamente, é um continente onde se fala a mesma língua.

É mais voltado para a Europa que para a América Latina. É um país que tem uma tendência a se bastar a si próprio, tanto na esfera econômica quanto na cultural. Percebi que 80% das coleções de fotografia dos grandes colecionadores brasileiros são compostas por artistas brasileiros. O que não é mal: o país consegue consumir seus artistas, mas não deixa de ser um reflexo de uma autarquia artístico-cultural.

 Dziga Vertou dirigiu Man With a Movie Câmera, Hitchcock fez Janela Indiscreta e Antonioni , Blow Up, três clássicos, antes do advento do pixel, que tem como personagem central o fotógrafo. O que mudou na fotografia do século 21?

Não foi o fotógrafo, mas quem observa a fotografia, o espectador foi quem mudou. A câmera digital tornou-se o receptáculo de nossa memória visual. Somos invadidos por imagens por todo lado, podemos criar nossas próprias imagens. Hoje, a fotografia é um novo idioma, um meio de comunicação ativo pela qual as pessoas exprimem imageticamente através do celular, do computador. Essa mudança afeta radicalmente o olhar do espectador, muito mais que o fotógrafo em si.

A intelectual norte-americana Susan Sontag escreveu em seu “Ensaios” que a foto se tronou tão banal quanto o sexo.

Acho que ela tinha razão quanto ao sexo. Mas existe um tipo de fotografia, como as da mostra Itaú, que possui o poder de sugerir uma extrema sensualidade, retirando o sexo da banalização, revelando outras facetas do desejo.

Valérie Belin

Publicado originalmente na revista impressa Casa Vogue 292 – Dezembro de 2009. Páginas 80 a 83.

Arquivo de Cópias da Magnum

Posted in Notícias on 06/02/2010 by afotobrasilia

 

Imigrantes chineses em NY – Chien-Chi Chang

Cerca de 200.000 cópias do arquivo da Magnum foram vendidas esta semana para a empresa MSD Capital e ficarão no acervo do Harry Ransom Center, uma biblioteca e centro de pesquisas humanas da Universidade de Austin, no Texas.

Cópias vintage de registros históricos como a Guerra Civil espanhola, desembarque das tropas aliadas na Normandia e retratos de personagens como Che Guevara, Ghandi, Frank Sinatra e Marilyn Monroe serão preservadas, catalogadas, exibidas e poderão ser acessadas por fotógrafos e pesquisadores.

No comunicado oficial da agência, pode-se ver algumas das imagens adquiridas.

Na nota oficial do Harry Ransom Center, uma entrevista com o diretor da Magnum e a exibição permanente da primeira fotografia, feita por Niépce, que também faz parte da coleção do centro desde a década de 60.

São Paulo – Renne Burri

Nova Lei da Cultura

Posted in Notícias on 29/01/2010 by afotobrasilia

O Projeto de Lei que substitui a Lei Rouanet (Lei nº 8.313/1991) entra na pauta do Congresso Nacional no retorno do recesso parlamentar, em fevereiro. Nessa quarta-feira, 27 de janeiro, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encaminhou à Câmara dos Deputados o texto que torna a lei da cultura mais abrangente e dinâmica.
Seus objetivos centrais são ampliar os recursos da área e, ao mesmo tempo, diversificar os mecanismos de financiamento de forma a desenvolver uma verdadeira Economia da Cultura no Brasil.
Em linhas gerais, as principais novidades são a renovação do Fundo Nacional de Cultura (FNC), reforçado e dividido em nove fundos setoriais; a diversificação dos mecanismos de financiamento; o estabelecimento de critérios objetivos e transparentes para a avaliação das iniciativas que buscam recursos; o aprofundamento da parceria entre Estado e sociedade civil para a melhor destinação dos recursos públicos; e o estímulo à cooperação federativa, com repasses a fundos estaduais e municipais.
Financiamento
A nova lei transforma o Fundo Nacional de Cultura (FNC) no mecanismo central de financiamento ao setor, criando formas mais modernas de fomento a projetos. Garante-se, assim, que os recursos cheguem diretamente aos proponentes, sem intermediários e com maior participação da sociedade, por meio da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), que dará origem a comissões setoriais.
Em 2010, como parte de um processo de transição, o Ministério da Cultura se prepara para a implementação da nova lei. O FNC, por exemplo, recebeu dotação orçamentária recorde, acima de R$ 800 milhões, e fará repasses a fundos estaduais e municipais, impulsionando a cooperação federativa.
Dentro do FNC serão criados oito fundos setoriais: das Artes Visuais; das Artes Cênicas; da Música; do Acesso e Diversidade; do Patrimônio e Memória; do Livro, Leitura, Literatura e Humanidades, criado por lei específica; de Ações Transversais e Equalização; e de Incentivo à Inovação do Audiovisual. Eles se somam ao já existente Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
Transparência
O Projeto de Lei cria um sistema público e transparente de critérios tanto para o acesso aos recursos do FNC quanto do incentivo fiscal. Estado e patrocinadores serão estimulados a aprimorar seus mecanismos de relação com os produtores e artistas com a divulgação de critérios claros para avaliar a dimensão simbólica, econômica e social para o uso do recurso público.
Com base nas diretrizes anuais da CNIC, cuja função é avaliar tecnicamente os pedidos de aprovação de incentivo fiscal, serão criadas comissões setoriais, com composição paritária, formadas por especialistas representantes dos diversos segmentos culturais e com ampla participação da sociedade civil, garantindo a preservação de um patrimônio recentemente conquistado pela sociedade brasileira: a liberdade de expressão. Esse processo também vai agilizar e aperfeiçoar o sistema de análise dos projetos.
Novas modalidades de acesso
Além do fortalecimento do Fundo, o Ministério da Cultura inseriu na proposta da nova lei formas de aprimorar o sistema de avaliação de projetos e diminuir a burocracia. Além do convênio, serão concedidas bolsas e prêmios. A prestação de contas será mais simples, com foco nos resultados do projeto e não apenas em seus aspectos contábeis.
No Projeto de Lei, pessoas físicas e jurídicas, com ou sem fins lucrativos, passam a ter direito de apresentar projetos. A natureza cultural deve estar agora na iniciativa, não no proponente. Ficará estabelecido o prazo de 30 dias para que o Ministério da Cultura conclua a avaliação do projeto cultural.
Investimento
Com o objetivo de atender toda a diversidade cultural brasileira, a proposta da nova lei diversifica, também, os mecanismos de investimento e apoio. Entre elas está o ‘endowment’. Trata-se de um incentivo para que fundações culturais – museus, orquestras e outros equipamentos – constituam um fundo permanente de aplicações de longo prazo, com o objetivo de obter sustentabilidade, estabilidade financeira e diminuir a dependência da renúncia fiscal em sua modalidade atual.
Outro mecanismo é o Fundo de Investimento em Cultura e Arte (Ficart), no qual os investidores se tornam sócios de um projeto cultural. O Ficart ganha agora o incentivo que o tornará atrativo e viável, o que a lei atual não permite.
Veja aqui a integra do projeto.

Imagens humanas

Posted in Eventos - Brasília, Notícias on 27/01/2010 by afotobrasilia

Dia 29/01, a partir das 19h00, haverá uma visita guiada com o autor e debate (“Fotografia, Resistência e Identidade”) com a participação de Ripper e do também fotógrafo André Vilaron.

ÚLTIMOS ROMÂNTICOS

Posted in Notícias on 27/01/2010 by afotobrasilia

Com escassez de matéria-prima e laboratórios de revelação, o processo de fotografia analógica vira um ato de resistência

 Nahima Maciel – Correio Braziliense

Publicação: 21/01/2010

Nos primeiros meses do ano 2000, o comerciante Jonas Antônio ligava para os fornecedores de filmes analógicos e encomendava seis mil unidades das pequenas bobinas de película fotográfica. No mês passado, o pedido foi de apenas 200. E muitas delas ainda estão nas prateleiras da loja no início da Asa Sul. Jonas Antônio só insiste em renovar as encomendas porque costuma receber telefonemas de fotógrafos da cidade. São profissionais e amadores insistentes que não querem se desvencilhar da máquina analógica, não cogitam substituí-la inteiramente pela tecnologia digital e enfrentam a dificuldade de conseguir material para a prática.

A fotografia digital tomou conta do mercado e, diante da demanda cada vez menor, os fabricantes de materiais para produção de imagens analógicas já não se empolgam. “Tem muitos produtos para os quais não temos nem mais fornecedor”, conta Jonas Antônio, que trabalha no comércio de material fotográfico em Brasília há mais de três décadas. Das quatro máquinas antigamente disponíveis para revelação de filmes analógicos, o comerciante já desativou uma. “Vou ficar só com duas. Não tenho demanda”, avisa. No primeiro andar da loja, Jonas Antônio ainda mantém um laboratório para revelar artesanalmente filmes em preto e branco. As ampliações, no entanto, são realizadas nas máquinas digitais. Os ampliadores viraram sucata e têm tão pouco valor comercial que Antônio nem pensa em vendê-los. A situação se repete em praticamente todos os cinefotos da cidade.

Fazer fotografia analógica – especialmente em preto e branco – é movimento de resistência em Brasília. Profissionais antes acostumados a comprar desde a química para revelar os filmes até o papel fotográfico hoje penam até para encontrar filmes para cromos. “Não tem”, avisa Jonas Antônio. A solução é se dividir entre as tecnologias digital e analógica. Os fotógrafos que ainda utilizam filmes e ampliadores fazem isso apenas em trabalhos autorais ou de pesquisa experimental. Quando se trata de produção comercial, o digital, mais barato, rápido e manipulável, toma a frente. Discursos radicais em defesa da foto analógica já não cabem no cenário. A postura é mais romântica.

Luiza Venturelli

Apartamento e laboratório

Para driblar o mercado, Rinaldo Morelli montou no próprio apartamento um minilaboratório. “O digital é prático, isso é inquestionável, você tem acesso rápido à foto, há possibilidade de manipulação no computador. Só que o digital transfere parte do processo criativo para o de pós-produção. O analógico é resolvido no clique, a possibilidade de manipulação é menor. Do ponto de vista de linguagem, o analógico ainda guarda uma magia que o digital não tem porque é tão rápido que prescinde da técnica.” Morelli reserva o processo digital para trabalhos comerciais. A pesquisa autoral é toda feita com câmeras analógicas.

Rinaldo Morelli

Olivier Boëls é radical. Confessa não gostar nem um pouco do processo digital, embora use eventualmente. “A fotografia virou uma coisa muito descartável. Os fotógrafos veem menos o trabalho porque produzem muito mais. Não é o mesmo processo que receber o negativo, prestar atenção”, diz. Há três anos, Boëls desativou o próprio laboratório. A falta de material motivou o fotógrafo a guardar os equipamentos. Nesse período, também deixou um pouco de lado o preto e branco para investir em trabalho colorido, sempre realizado em negativo.

Olivier Boëls

Embora não seja tão radical ao ponto de não gostar do processo digital, Ricardo Labastier segue o mesmo caminho. Na série de retratos em estúdio nos quais trabalha atualmente, Labastier utiliza câmera de médio formato, com negativos em 6X6. Depois de revelar, digitaliza os negativos para ampliar as cópias em digital. “Nesse caso, não tem romantismo, gosto do processo, da hora de estar fotografando, de não olhar o resultado na hora, da surpresa ao revelar. Mas não tenho muito isso de que o que o legal era o laboratório. O legal era a não pressa para as coisas. Hoje é tudo muito nervoso, o cara faz e já coloca no blog, no Flickr.” No fotoclube f/508 também há um núcleo de resistentes encabeçados por Humberto Lemos que procura nunca deixar para trás a fotografia analógica. Na nova sede do espaço, Lemos comercializa produtos como as câmeras Lomo e filmes para estimular amadores e profissionais. Também com a intenção de resistir, José Rosa vai mais além e investe na construção de câmeras pin-hole, representantes mais simplórias da fotografia analógica.

Ricardo Labastier
LABORATÓRIO ARTESANAL
Para os românticos, o fotógrafo Kazuo Okubo promete um alento. Ele pretende montar na galeria Casa da Luz Vermelha um laboratório inteiramente analógico destinado aos fotógrafos saudosos do processo. O projeto deve ficar pronto até o meio do ano e oferecerá revelação e ampliação artesanal de imagens em preto e branco. “Na minha opinião, o analógico não morreu e não vai morrer, acho até que vai dar uma renascida. O digital é uma mídia e o filme é outra, tem muita gente a fim de resgatar a foto analógica”, garante. Okubo tem guardado 150 metros de filme p/b com os quais pretende produzir um longo ensaio ainda este ano. “Tenho meu equipamento analógico antigo e não vendi; não tem valor de revenda, prefiro guardar. Essas câmeras hoje têm valor histórico.”

Ninho na UnB

Na Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), o laboratório de revelação de fotografia em preto e branco é um ponto de resistência. A administração da universidade já quis substitui-lo por um laboratório digital, mas os professores fizeram questão de manter o local intacto. “Faz parte da nossa proposta de ensino manter o laboratório como parte fundamental para entender o que é fotografia. É um elemento de ensino e pesquisa”, conta Marcelo Feijó, professor de fotografia da FAC.

Até os anos 1990, o laboratório da FAC era pequeno para a demanda dos alunos. A utilização precisava ser agendada e organizada para dar conta da frequência. %u201CO interesse caiu um pouco em função do digital, existe um deslumbramento com a nova mídia, mas alguns alunos se interessam”, diz Feijó. Luiz Gustavo Prado, técnico responsável pelo espaço, também aponta uma diminuição na procura. “É bem esporádica, mas o laboratório não vai acabar porque tem um núcleo de resistência na comunicação.” O próprio Prado integra o núcleo. Passo ao largo dos processos digitais e anda em sentido contrário na linha do tempo dos equipamentos. Gosta de experimentar coisas antigas, como as revelações em cianótipo, que imprimem a imagem azulada em papel comum e fotografias em grande formato com negativos em chapas de vidro.

Lomografia ganha adeptos em Brasília

Posted in Notícias on 26/12/2009 by afotobrasilia

Mania na Europa desde a década de 1980, a lomografia ganha adeptos em Brasília. A ordem é não seguir as regras da fotografia tradicional

Nahima Maciel

Publicação: 26/12/2009 08:00 Atualização: 26/12/2009 10:02

Correio Braziliense

A lomografia se pratica com uma pequena câmera de plástico e tem 10 mandamentos. O mais curioso deles é nunca pensar antes de apertar o clique da máquina fotográfica. Se o praticante obedecer a esse princípio, conseguirá produzir uma autêntica imagem Lomo. Para levar o selo, a foto nada pode ter de planejada ou montada. As cores não são perfeitas, o foco, muitas vezes, nem sequer existe e, se a composição parecer um mosaico, melhor ainda. A regra básica da lomografia é não seguir a nenhuma norma que serve de guia ao mundo formal da fotografia. Mania surgida no Leste Europeu(1) na década de 1980, a prática começa a ganhar adeptos em larga escala no Brasil. Se lá fora é muito popular, por aqui ainda fica restrita a um grupo pequeno de fotógrafos e amadores curiosos e corajosos. Para quem gosta de fazer experiências, é um mundo encantado.

Janaína Miranda

Quando Janaína Miranda viu uma Holga (modelo clássico da marca Lomo) pela primeira vez, não resistiu. O aparelho pertencia a uma amiga e ela pediu emprestado. Para o trabalho comercial, Janaína usa câmera digital e analógica. Nas produções mais autorais, gosta de manipular filme e imagem, inverter negativos, estourar luzes. A Lomo virou um fetiche. “Gosto da imprevisibildade da coisa. A Lomo é uma grande surpresa. Você tem uma câmera de plástico, que vaza luz, é tudo errado”, brinca.

Produzida por uma fabricante austríaca de câmeras de plástico inspiradas em modelos toscos vendidos no leste da Europa em países do antigo bloco socialista, a Lomo tem pelo menos 20 modelos diferentes. A Holga é a clássica, mas há também a Diana, com direito a flash, a Pop 9, com nove minúsculas lentes de plástico, que repetem a mesma imagem em um único clique e uma olho de peixe capaz de resultados inusitados.

Humberto Lemos

Em Brasília, há poucos lomógrafos. No entanto, eles foram suficientes para Humberto Lemos, fundador do Fotoclube f/508, decidir montar o primeiro ponto de venda das câmeras no Brasil. Comprou 56 exemplares de uma importadora carioca e vendeu 47. “A Lomo hoje é considerada uma estética e tem toda uma filosofia. O lomógrafo tem um perfil jovem e a estética flutua em torno de um certo descompromisso antes de fotografar. As cores são supersaturadas e os resultados, inesperados. Quando você fotografa em analógico, consegue prever o resultado. Com a Lomo não, é uma coisa muito espontânea”, explica Lemos.

Ser um lomógrafo é cult e significa pertencer a uma pequena tribo de descolados. Para Lemos, a moda funciona como uma maneira de defender a fotografia analógica entre o público jovem. Enquanto a tecnologia digital democratiza o acesso à fotografia, a Lomo recupera um certo romantismo da produção de imagens analógicas. A expectativa começa na total falta de controle desde o enquadramento – muitos desses aparelhos são tão toscos que nem sequer têm visor –  e se estende à revelação de efeitos inesperados. “Você prolonga o prazer da fotografia, é uma delícia”, constata Humberto Lemos.

Rinaldo Morelli

“Ela te pede que você não seja tradicional na forma de fotografar”, completa Rinaldo Morelli. O fotógrafo descobriu a Lomo fuçando na internet. Em 2004, comprou a primeira câmera, um modelo azul, de plástico, com uma sequência de quatro lentes que permitem o registro da mesma imagem. O desafio é conseguir que cada registro seja diferente. Depois, Morelli adquiriu um aparelho com quatro lentes dispostas em formato quadrado. “É antidigital”, brinca. “É bacana porque você desconstrói o ato rígido de fotografar. E como há uma desconstrução da tecnologia, há um preconceito de que não rende boas fotos. Não acho isso. O lowtech me encanta porque é mais desafiador.”

Arthur Monteiro

O fotojornalista Arthur Monteiro se encantou com a Lomo por causa de um defeito. Um problema nas lentes faz com que as imagens ganhem contornos pretos, o que Monteiro chama de vinhetagem. “Todas as Lomos que possuo acabam fazendo isso. Achei interessante, deu um ar especial à imagem. Infelizmente, o mercado aboliu de vez o analógico, mas para mim é o hobby da minha profissão. É uma coisa meio paranoica, mas também nostálgica.”

A lomografia é um movimento com tantos adeptos que tem direito a comunidades na internet, especialmente nos sites de postagem de fotos. Em algumas páginas do Filckr, os praticantes explicam que a lomografia é uma filosofia na qual se privilegia o instante em detrimento do objeto. Na comunidade intitulada Lomo, um pedido fundamental orienta a postagem das fotos: “Por favor, nada de falsas Lomos ou Lomos digitais”.

Cronologia Lomográfica

[1982] O nascimento


NAS CALMAS RUAS DE ST. PETERBURGO, RÚSSIA, COMEÇA O FENÔNOMENO DA LOMOGRAFIA!

O General Igor Petrowitsch Kornitzky, braço direito do então Ministro da Defesa e da Indústria Soviéticos, encontrou uma pequena câmera fotográfica japonesa sobre a mesa de ornamentos de seu camarada Michail Panfilowitsch Panfiloff. O Sr Panfiloff, diretor da poderosa indústria Russa de equipamentos ópticos e bélicos, examinou cuidadosamente a câmera, notando sua fina lente de vidro, extremamente sensível a luz, e seu corpo robusto. Os dois senhores, percebendo a natureza superior e o grande potencial daquele pequeno ítem, deram ordens imediatas para copiar e melhorar seu design – com o objetivo de se produzir a maior quantidade possível para o prazer a glória da população soviética. Ficou decidido: todo comunista respeitável deve possuir sua própria LOMO KOMPACT AUTOMAT.

A LC-A nasceu e logo milhões de unidades foram produzidas e vendidas. Os soviéticos e seus “amigos” vietnamitas, Cuba e a Alemanha Oriental, fotografaram alegremente durante os anos oitenta, documentando os últimos suspiros do comunismo, e ocasionalmente as férias no Mar Negro.

Leia a cronologia completa aqui.